Terceirizada do “micro-ônibus de R$ 2,3 milhões” de Resende ganha “irmã” em Itatiaia

Urban foi inaugurada em julho e tem como sócios duas pessoas ligadas à proprietária da A & S

O que era um hortifruti na Vila Pinheiro, em Itatiaia, transformou-se em julho deste ano em uma fábrica de sorvetes denominada Urban.

Ao que tudo indica, os donos da Urban planejam comercializar outros tipos de alimentos, pelo que constam nos CNAEs da empresa na Receita Federal. Além disso, a recém-criada Urban parece otimista com suas atividades em Itatiaia, já que a empresa nasceu com outras duas filiais na mesma cidade.

Chama a atenção o fato de a Urban ser uma espécie de empresa irmã da A & S Agenciamento Turístico Ltda, sediada em Resende, onde teve aderida recentemente uma ata de R$ 2,3 milhões para fretamento de um micro-ônibus pelo governo do prefeito Diogo Balieiro.

A recém-criada Urban tem como sócios Almir Cabral e Marlene de Oliveira Lima, que possuem ligações diretas com Sonia Mara Cabral, sindicalista dona da A & S.

Marlene é sócia de Sonia em uma loja de roupas localizada em um Centro Empresarial no Bairro Campos Elíseos, em Resende. Essa loja é vizinha à outra loja de roupas, sede da A & S.

Além da sociedade com Sonia, Marlene é esposa do ex-candidato a vereador de Resende e ex-comandante da Guarda Municipal de Porto Real Cel. Oliveira Lima.

Marlene tem como sócio na Urban Almir Cabral, que, pelo sobrenome, parece ter vínculo parentesco com Sonia, dona da A & S e sócia de Marlene na loja Agace.

Almir Cabral, além do sobrenome, parece ter mais ligações com Sonia. Isso porque ele também é dono da empresa Valemar Transportes, fundada em 2023 no mesmo endereço da A & S.

Entenda o caso

Em agosto, o governo do prefeito Diogo Balieiro aderiu a uma ata de registro de preço da A & S para contratação de um micro-ônibus, que pode chegar a R$ 3,2 milhões por 80.000 quilômetros ao preço de R$ 28,91 por quilômetro. Esse preço equivale, por exemplo, a uma viagem de ida e volta ao Rio de Janeiro por R$ 10.118 enquanto o preço de varejo é de cerca R$ 2.100 por um trajeto de 350 quilômetros.

Após a matéria, o presidente da Câmara, e “fiel escudeiro” de Baleiro, Sandro Ritton, teria esbravejado dizendo que a ata 380/2024 não existe.

O que o desinformado, ou conivente Sandro Ritton, parece não ter tomado conhecimento é que a gestora da ata é Norma Cataldo, parente por afinidade do próprio Ritton.